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saiba o que é farmácia clínica e quais serviços oferecer na sua loja

Explicado: saiba o que é farmácia clínica e quais serviços oferecer na sua loja

A farmácia clínica vem ganhando seu espaço nos estabelecimentos de saúde e já representa um número significativo nas farmácias e drogarias. De acordo com dados da Abrafarma (Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias) mais de 4.500 estabelecimentos farmacêuticos já têm salas e consultórios em operação.

Desse montante, até o mês de agosto de 2020 foram contabilizados cerca de 3,2 milhões de atendimentos realizados de farmácia clínica. Podemos dizer que a pandemia do Coronavírus foi um dos propulsores que fizeram eclodir a procura da população por serviços de prática clínica. Até setembro de 2020 tinham sido realizados mais de 704 mil testes rápidos de COVID-19 em 2.248 estabelecimentos.

O cenário indica que as pessoas recorreram às farmácias para consultar o farmacêutico sobre sintomas, e buscar tratamento. Esse novo hábito tende a se fixar entre as pessoas, daí a importância da farmácia conhecer sobre a prática farmacêutica.

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Sobre essa ótica, esse artigo traz consigo uma séria de dúvidas respondidas sobre o que é farmácia clínica, e o que é um farmacêutico clínico, além dos principais algoritmos para farmácia clínica. Continue a leitura para saber!

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O que é farmácia clínica?

Farmácia Clínica é considerada a ciência da saúde que tem finalidade de assegurar o uso correto dos medicamentos de forma segura e apropriado aos pacientes que precisam de um tratamento.  A Organização Mundial da Saúde (OMS) conceitua farmácia clínica como:

“Ciência da Saúde, cuja responsabilidade é assegurar, mediante a aplicação de conhecimentos e funções relacionados com o cuidado aos pacientes, que o uso de medicamentos seja seguro e apropriado e que necessita de uma educação especializada e/ou um treinamento estruturado”

Ainda podemos dizer que a farmácia clínica é caracterizada como sendo especialização que objetiva assegurar o uso mais apropriado dos medicamentos para os pacientes enfermos, segundo definição da Associação Americana dos Farmacêuticos Hospitalares (ASHP).

Ao analisarmos as definições, podemos concluir que a farmácia clínica se concentra no paciente ao invés da preparação e manejo dos medicamentos.

Como surgiu a farmácia clínica?

Mas antes mesmos da farmácia clínica chegar no Brasil, ela já era conhecida fora das terras tupiniquins. O termo cunhado de “farmácia clínica” teve origem por volta de 1960 nos Estados Unidos da América. Esse surgimento foi propiciado pela necessidade de promover o uso racional dos medicamentos e também pelo acompanhamento e promoção da saúde do paciente.

Somente nas décadas de 1980 e 1990 houve o surgimento no Brasil da farmácia clínica em virtude do processo voluntário que mede a qualidade dos serviços de saúde oferecidos pelos hospitais (conhecido como acreditação).

Nesse sentido, detectou-se a necessidade de acompanhamento farmacêutico em todos os processos que envolvem a cadeia de medicamentos dentro dos hospitais.

Aos poucos a prática da farmácia clínica foi deixando a exclusividade dos hospitais e migrando também para as farmácias e drogarias.

Minha farmácia pode oferecer serviços de farmácia clínica?

Sim. A partir de 2014 foi sancionada a Lei número 13.021 que determinou farmácias como locais prestadores de serviços, destinadas a assistência farmacêutica, assistência e orientação à saúde.

A partir disso, prática de oferecer serviços de prática clínica vêm ganhando espaço no país, ela é amplamente conhecida como salas de consultar ou consultório farmacêutico. Nesse espaço dentro da farmácia, é possível fazer procedimentos específicos de prática clínica e oferecer cuidados para o paciente. 

Lembrando que todos os procedimentos de prática clínica somente por ser feito pelo farmacêutico clínico devidamente habilitado, além de cumprir todas as exigências da vigilância sanitária em relação ao espaço físico. 

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Quais são os principais serviços de prática clínica prestados em farmácias?

Conforme levantamento da Abrafarma, em julho de 2018, o farmacêutico clínico vem prestando cerca de 8 a 9 serviços para a população disponibilizados nas farmácias e drogarias. Dentre os principais, se destacam:

  • acompanhamento de pacientes com hipertensão;
  • acompanhamento para pacientes com asma;
  • acompanhar para pacientes com diabetes;
  • aplicação de medicamentos injetáveis;
  • atendimento de problemas de saúde autolimitados (com prescrição farmacêutica);
  • atendimento domiciliar;
  • avaliação antoprométrica e/ou biopedância;
  • campanhas ou ações de saúde envolvendo a população;
  • coleta de medicamentos vencidos ou descarte;
  • consulta para revisão de medicação do paciente;
  • perfuração de lóbulo ou colocação de brincos;
  • programa de acompanhamento para gestantes ou lactantes;
  • programa de gerenciamento de peso ou emagrecimento;
  • programa para acompanhar para pacientes com dislipidemias;
  • programa para cessação ao tabagismo e/ou parar de fumar
  • serviço de vacinação e aplicação de vacinas;
  • serviços de auxílio a adesão ao tratamento (organização de comprimidos/calendários posológicos);
  • teste de gravidez (Beta HCG);
  • teste de hemoglobina glicada;
  • teste para glicemia capilar;
  • testes para colesterol/triglicerídeos/perfil lipídico;
  • testes para doenças infecciosas (teste HIV, Dengue, Zika e Hepatite).

O que é um farmacêutico clínico?

Quando falamos de farmacêutico, logo as pessoas se lembram de um indivíduo com jaleco branco, atrás do balcão de atendimento da drogaria, que manipula e sintetiza fórmulas em farmácias. Contudo, o farmacêutico clínico é o profissional com foco direcionado às necessidades dos pacientes.

Podemos concluir que o farmacêutico “tradicional” é mais preocupado em lidar com manipulação de fórmulas e venda de medicamentos. Já o farmacêutico clínico desempenha atividades relacionas aos cuidados e bem-estar dos pacientes. 

Ao contrário do farmacêutico “mais convencional” (que atua dividindo tarefas com outros profissionais na drogaria), o farmacêutico clínico tem uma relação de trabalho multidisciplinar, como por exemplo, tendo uma relação com enfermeiros e médicos de forma ativa. 

O que o farmacêutico precisa para exercer a farmácia clínica?

Para exercer a farmácia clínica o profissional farmacêutico precisa ter amplo conhecimento nas áreas de:

  • Farmacologia;
  • Bioquímica;
  • Fisiopatologia;
  • Farmacotécnica;
  • Farmacocinética; e
  • Farmacodinâmica. 

Conforme estabelecido pela ACCP (American College of Clinical Pharmacy), isto é, Associação Americana de Farmacêuticos Clínicos, o farmacêutico clínico precisa apresentar as seguintes competências:

  • capacidade de solucionar problemas, julgamento e tomada de decisão;
  • comunicação e educação;
  • gerenciamento e avaliação das informações médicas;
  • gerenciamento de populações;
  • conhecimentos de farmacoterapia.

Quais são as áreas que o farmacêutico clínico pode atuar?

Todo contexto de saúde que envolver cuidado ao paciente é passivo do exercício da farmácia clínica, como por exemplo as áreas de:

  • Hospitais, clínicas e ambulatórios;
  • Farmácias com ou sem manipulação;
  • Consultório Farmacêutico;
  • Assistência domiciliar;
  • Programas de extensão e projetos de pesquisa.

Quais são as atividades realizadas pelo farmacêutico clínico?

O profissional que deseja seguir na área de farmácia clínica pode desempenhar as seguintes atividades ao longo de sua carreira:

  • prescrição de medicamentos (farmacêuticos devidamente habilitados);
  • dispensação de medicamentos (orientações e assistência no uso do medicamento);
  • análise da farmacoterapia (revisa a medicação usada pelo paciente);
  • conciliação de medicamentos (previne erros, busca discrepâncias na prescrição);
  • acompanhamento farmacoterapêutico (avalia os resultados dos medicamentos);
  • análise de exames laboratoriais (exames bioquímicos e microbiológicos);
  • monitoramento de fármacos (monitora o uso dos medicamentos na condição clínica do paciente);
  • anamnese farmacêutica (coleta de dados dos pacientes através de entrevista);
  • visita multiprofissional (discussão da equipe de saúde sobre os casos clínicos dos pacientes);
  • documentação farmacêutica (registrar a evolução do paciente em prontuário);
  • participação em comissões e protocolos clínicos (responsável por elaborar fases de processos assistenciais);
  • farmacovigilância (identificar problemas relacionados à segurança na utilização dos medicamentos).

Termos mais comuns de farmácia clínica

Abaixo reunimos os termos de farmácia clínica mais falados entre os profissionais de saúde. Confira a lista logo a seguir:

Termo de farmácia clínicaDescrição do termo de farmácia clínica
ConcentraçãoQuantidade do fármaco ou princípio ativo que está presente em cada unidade de massa
Denominação Comum Brasileira (DCB)Princípio farmacologicamente ativo aprovada pelo órgão federal responsável
Denominação Comum Internacional (DCI)Denominação do fármaco ou do princípio farmacologicamente ativo recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde)
DoseQuantidade do fármaco contida em uma unidade posológica, um comprimido ou cápsula, um volume pré-determinado de líquido, que é administrado ao paciente de uma única vez.
DosagemAto de dosar, medir a quantidade ou medir a dose
Forma farmacêuticaApresentação final do princípio ativo
IncompatibilidadeResultado de um fenômeno físico-químico. Pode ocorrer pela combinação de dois ou mais medicamentos em uma mesma solução
Interação MedicamentosaResposta farmacológica ou clínica que acontece da administração simultânea de dois ou mais medicamentos
Medicamento FitoterápicoMedicamentos obtidos pela utilização de matérias-primas vegetais
Medicamento HomeopáticoMedicamentos obtidos por técnicas de diluições, seguidas por sucções e triturações sequenciais
Medicamento GenéricoMedicamento bioequivalente ao medicamento original (de marca)
Medicamento de ReferênciaMedicamento inovador no mercado (medicamento de marca)
Medicamento SimilarMedicamento com o mesmo princípio ativo, concentração, forma farmacêutica, via de administração do medicamento de marca
Medicamento MIPMedicamento Isento de Prescrição, sem necessidade de receita para ser vendido (medicamentos sem tarja).
Preparação MagistralMedicamento manipulado em farmácia por profissional habilitado
Preparação OficialMedicamento preparado em farmácia, considerando-se a fórmula contida em farmacopeias recomendada por órgão oficial
PrescriçãoAção de definir um medicamento e sua respectiva posologia para o tratamento de uma condição de saúde do paciente
PrescritoresProfissionais habilitados para prescrever um medicamento e/ou o tratamento
Princípio ativoSubstância responsável pelo principal efeito terapêutico do medicamento
PosologiaRelativo à dose e ao intervalo de administração de um medicamento e a duração do tratamento
Reações Adversas a Medicamentos (RAMs)Efeitos indesejados ou nocivos de um medicamento ao paciente, que podem aparecer mesmo quando usado nas doses recomendadas
Via de administração de medicamentosLocal do organismo onde o medicamento é administrado ao paciente

O que é algoritmo de farmácia clínica?

Um algoritmo é uma sequência lógica de ações que objetivam dar uma solução para algum problema. Trazendo esse conceito para a prática clínica, podemos afirmar que os algoritmos de prática clínica são guias estruturados que auxiliam os profissionais de saúde no exercício da prática clínica.

Sendo mais direto, os algoritmos de prática clínica mostram ao farmacêutico clínico quais os procedimentos devem ser adotados (o que fazer) quando o paciente relata determinado tipo de sintoma.

Exemplos de algoritmos de prática clínica farmacêutica:

  • azia e má digestão;
  • congestão nasal;
  • constipação;
  • diarreia;
  • dismenorreia;
  • dor de cabeça;
  • dor de garganta;
  • dor lombar;
  • febre;
  • hemorroida;
  • infecções fúngicas;
  • queimadura solar e fotoproteção;
  • superficiais; e
  • tosse.

O Conselho Federal de Farmácia (CFF) lançou a publicação “Algoritmos de Prática Clínica”, elaborado pelo Grupo de Trabalho sobre Educação Permanente, para auxiliar o farmacêutico nas decisões clínicas mais rotineiros verificadas nas farmácias.

Para cada sinal e sintoma foi elaborado um esquema com as condutas indicadas, considerando as possibilidades de evolução de cada caso, visando sempre facilitar a prescrição farmacêutica de medidas farmacológicas e não farmacológicas.

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O material é de fácil interpretação e foi elaborado a partir das melhores evidências disponíveis na literatura visando guiar a Anamnese (coleta de dados medicante entrevista com o paciente). Basta preencher o formulário para retirar sua cópia gratuita dos algoritmos de prática clínica.

Conclusão

Como vimos no artigo, a farmácia clínica é um segmento da saúde com enfoque na atenção aos cuidados com os pacientes, qualidade de vida e bem-estar. O profissional farmacêutico que deseja se especializar nesse ramo pode atuar em diversos locais de saúde, e também deve estar preparado para trabalhar com outros profissionais de forma multidisciplinar.

Frisamos também que ainda existem um “sendo comum” sobre a profissão farmacêutica, e como já percebemos, o farmacêutico convencional (aquele que atua em drogarias) é a imagem que a maioria das pessoas guarda. Porém a farmácia clínica vai mais além disso.  

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