Você joga um medicamento vencido no lixo da sua casa? Saiba que essa prática é totalmente equivocada e pode causar danos ao meio ambiente e para a saúde pública. Por isso, existe a logística reversa de medicamentos.
Sua implementação no Brasil, aconteceu em 2020, sendo um passo importante para lidar de forma adequada com medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso.
No processo de logística reversa de medicamentos os estabelecimentos farmacêuticos desempenham um papel fundamental, sendo os receptores dos medicamentos vencidos ou em desuso.
Para saber mais sobre logística reversa de medicamentos, continuei a leitura!
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O que você quer ler primeiro?
O que é logística reversa de medicamentos?
A logística reversa de medicamentos é um sistema que visa gerenciar o descarte adequado de medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso.
Isso significa que o fluxo do medicamento é revertido, seguindo do consumidor final de volta para a indústria para ser devidamente tratado e descartado.
Os medicamentos são coletados após seu uso pelos consumidores e, em vez de serem descartados de forma comum, são encaminhados para um processo de tratamento e destinação final ambientalmente adequada.
Esse processo envolve a devolução dos medicamentos no ponto de venda, como farmácias e drogarias, até a indústria farmacêutica ou outros locais designados para o tratamento e descarte apropriado.
O objetivo é evitar a contaminação do meio ambiente e proteger a saúde pública, garantindo que esses medicamentos não causem danos quando descartados de maneira incorreta.
Qualquer medicamento pode ter logística reversa?
Não. A logística reversa de medicamentos se aplica apenas a medicamentos domiciliares, de uso humano, vencidos e/ou em desuso, e suas embalagens, conforme estabelecido pelo Decreto nº 10.388.
A logística reversa de medicamentos não inclui produtos de:
- home care;
- materiais hospitalares;
- materiais clínicos; e
- materiais de ambulatórios médicos.
Como funciona a logística reversa de medicamentos?
Para ficar mais claro que é logística reversa de medicamento, acompanhe o seguinte exemplo:
Você, caro leitor, é uma pessoa que possui em sua casa medicamentos que estão vencidos ou que não serão mais utilizados.
Então, você decide descartar esses medicamentos de forma adequada e os leva até uma farmácia ou drogaria participante do programa de logística reversa de medicamentos.
Na farmácia, os medicamentos são coletados em um local específico para esse fim.
Periodicamente, uma empresa especializada em logística reversa de medicamentos ou uma distribuidora recolhe esses produtos das farmácias e os transporta de volta para a indústria farmacêutica ou para um centro de tratamento de resíduos designado.
Na indústria farmacêutica ou no centro de tratamento, os medicamentos são adequadamente processados e descartados de forma ambientalmente segura, utilizando métodos como incineração ou tratamento químico.
O processo é supervisionado por autoridades regulatórias (ANVISA) e ambientais para garantir que todos os procedimentos estejam em conformidade com as leis e regulamentos pertinentes.
Esse é apenas um exemplo bem simplificado do funcionamento da logística reversa de medicamentos, que visa garantir o descarte responsável desses produtos, protegendo o meio ambiente e a saúde pública.
Qual a real necessidade da logística reversa de medicamentos?
Bem vamos explicar… Nas últimas décadas, a humanidade tem vivenciado uma grande evolução tecnológica nos ramos industrial, laboratorial, comercial, entre outros.
Assim, a produção de produtos farmacêuticos cresceu exponencialmente e de maneira desordenada, muitas vezes suprindo apenas necessidades individuais.
Por mais que a criação de medicamentos para todo tipo de doença seja benéfica para a saúde, o grande volume de medicamentos pode trazer consequências perigosas para as pessoas e o planeta se o descarte for feito de forma indevida.
Os remédios ainda têm ficado com um tempo de vida mais curto que o normal, pois a cada melhoria e descoberta são substituídos por fórmulas mais eficazes.
O descarte desses produtos pode contaminar solos, rios com água potável e sistema de esgoto de nossa utilização. Além disso, pode intoxicar humanos e animais, causando efeitos colaterais ou mortais.
Ou seja, é preciso saber retirar as substâncias dos medicamentos da natureza e devolvê-las ou reaproveitá-las de forma sustentável, assim surge a logística reversa de medicamentos!
Por essa razão, a logística reversa de medicamentos tem sido cogitada ainda para essa década como a solução mais viável para reduzir o impacto causado pelo descarte indevido dos remédios.
Essa nova área é bem específica e se preocupa especialmente com a reutilização de materiais farmacêuticos considerados como inutilizáveis.
A logística reversa pretende solucionar o problema por meio de coleta, desmonte e processamento dos materiais para que se tenha uma recuperação eficiente dos produtos a ponto de eles serem comercializados por farmácias novamente.
Vantagens da logística reversa de medicamentos
Permite um descarte consciente de insumos
É muito comum em diversos ramos do varejo encontrar procedimentos de trocas e devoluções de produtos sejam bem planejados.
Dessa forma, o consumidor tem grande facilidade de requerer um novo equipamento, mandando de volta aquele com defeito ou que não o satisfez.
No entanto, os medicamentos não têm a mesma flexibilidade. Isso porque não podem reutilizar um mesmo item em pessoas diferentes ou mais de uma vez na mesma devido ao risco de contaminação por vírus e bactérias.
Logo, a farmácia deve sempre apoiar a logística reversa de medicamentos, para que a validade dos medicamentos não seja mais um empecilho e gere desperdício.
Quando os medicamentos vencem, eles são, muitas vezes, jogados no lixo incorretamente, em vez de serem recolhidos e reaproveitados nas etapas de fabricação.
Redução de custos na produção de medicamentos
A reciclagem dos medicamentos descartados viabiliza a otimização de todos os processos relacionados à redução dos gastos com questões operacionais e com o reaproveitamento de toda matéria-prima utilizada.
Dessa forma, esse processo estimula bastante a economia de recursos financeiro.
Esse ciclo é muito importante para a preservação da natureza e de seus recursos naturais, que estão cada vez mais escassos por causa da exploração humana.
A reciclagem é uma forma de reduzir a extração de recursos naturais, que torna todo o processo mais sustentável.
Inovação a partir da reciclagem
A prática da logística reversa de medicamentos traz não só benefícios econômicos às farmácias que a utilizam, mas tende a trazer inovações para todos os setores de produção, distribuição, vendas e marketing da cadeia farmacêutica.
Com a sua adoção, tem surgido várias formas criativas de reaproveitarmos embalagens dos produtos, medicamentos vencidos ou parados em estoque, entre muitas outras soluções sustentáveis.
Por isso, a incorporação desse modelo em uma farmácia envolve a capacidade concreta de inovação e promoção de um futuro mais próspero e consciente.
Qual a responsabilidade da farmácia na logística reversa de medicamentos?
De acordo com o decreto nº 10.388, as farmácias e drogarias tem as seguintes responsabilidades na logística reversa de medicamentos:
1 – Disponibilizar um local visível para colocação de um dispensador contentor (anti-retorno) com sacos plásticos para que os consumidores possam descartar os medicamentos vencidos ou em desuso.
2 – Assegurar que o local de descarte esteja sempre disponível e substituir os sacos plásticos quando estiverem completos.
3 – Lacrar, pesar, etiquetar e armazenar temporariamente os sacos plásticos com os resíduos até a data da coleta por parte dos distribuidores parceiros.
4 – Informar o peso dos sacos plásticos com os resíduos em um portal designado pelo Grupo de Acompanhamento e Performance (GAP).
5 – Adquirir os materiais necessários de acordo com as especificações do INMETRO e as regras estabelecidas pelo GAP.
6 – Garantir que tanto o dispensador contentor quanto o local de disponibilidade na área de vendas contenham informações que facilitem o manuseio e o descarte correto dos produtos por parte dos consumidores.
7 – Permitir propaganda e publicidade para empresas interessadas em patrocinar esses materiais, desde que estejam em conformidade com as regulamentações aplicáveis.
Minha farmácia precisa oferecer logística reversa de medicamentos?
O decreto nº 10.388 que instituiu o sistema de logística reversa de medicamentos entrou em vigor em dezembro de 2020, dividindo-se em duas fases distintas:
1ª Fase:
Estabeleceu-se o GAP (Grupo de Acompanhamento de Performance), responsável pelo desenho completo do processo operacional em todos os níveis da cadeia farmacêutica.
Além disso, desenvolveu-se um portal onde todos os elos da cadeia registrariam os volumes coletados.
2ª Fase:
Iniciou-se a operação efetiva do Sistema de Logística Reversa, com a habilitação dos prestadores de serviços conforme premissas do GAP.
Foi elaborado um plano de comunicação e qualificação dos líderes das entidades para apoiar a implementação. Pontos fixos de recebimento dos medicamentos descartados pelos consumidores foram instalados, e o processo de transporte foi viabilizado em todas as etapas.
Nos dois primeiros anos de implementação (2021 a 2023), todas as capitais dos estados e municípios brasileiros com população superior a 500.000 habitantes foram cobertas pelo decreto.
A partir de 2023, além dos municípios contemplados na etapa anterior, serão incluídos os demais com população superior a 100.000 habitantes.
Ao final desse período, está prevista uma análise completa do sistema de logística reversa de medicamentos por todos os elos da cadeia.
Conclusão
A implementação da logística reversa de medicamentos marca um avanço significativo na gestão ambiental e na promoção da saúde pública no Brasil.
Ao estabelecer diretrizes para o descarte adequado de medicamentos vencidos ou em desuso, esse sistema visa reduzir os impactos negativos desses resíduos no meio ambiente e na saúde da população.
A logística reversa de medicamentos representa um importante passo em direção a práticas mais sustentáveis e responsáveis no setor farmacêutico, contribuindo para a preservação do meio ambiente e para a promoção da saúde pública.
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