O panorama farmacêutico da América Latina está em plena transformação, impulsionado por mudanças no comportamento do consumidor, inovações tecnológicas, ampliação do acesso à saúde e crescimento da demanda por medicamentos e produtos de saúde.
Um levantamento realizado pela IQVIA (referência global em dados e análises no setor da saúde) revela a distribuição do panorama farmacêutico da América Latina, com destaque absoluto para o Brasil, seguido por México e Argentina.
A seguir, apresentamos um panorama completo baseado nos números da IQVIA, com análises sobre a representatividade de cada país, oportunidades e possíveis caminhos para crescimento no varejo farmacêutico. Confira!
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Panorama Farmacêutico da América Latina
Fonte: IQVIA
Brasil lidera com folga: 42% do mercado farmacêutico
Com R$ 39,4 bilhões, o Brasil detém impressionantes 42% de participação no mercado farmacêutico da América Latina.
Isso posiciona o país como o principal polo do setor na região, impulsionado por uma rede capilarizada de farmácias, forte presença de grandes redes e um ecossistema de saúde em expansão.
A consolidação do Brasil no panorama farmacêutico da América do Sul se explica por fatores como:
- Densidade demográfica, com população superior a 200 milhões de habitantes;
- Crescimento da população idosa e aumento do consumo de medicamentos de uso contínuo;
- Programas governamentais como o Farmácia Popular;
- Forte presença de medicamentos genéricos, que ampliam o acesso.
Brasil é o terceiro que mais cresce no setor farmacêutico latino-americano
Embora o Brasil mantenha com folga a liderança do panorama farmacêutico da América Latina, com 42% de participação, ele não ocupa o topo do ranking de crescimento anual no setor.
Segundo dados recentes da IQVIA, países como Argentina e Venezuela têm mostrado um ritmo de crescimento ainda mais acelerado.
Argentina e Venezuela registraram crescimentos médios entre 20% e 25%, um desempenho expressivo considerando o cenário macroeconômico desafiador em ambos os países.
Chile e Colômbia também apresentaram um avanço sólido, com crescimento entre 10% e 15% no último ano.
O Brasil, apesar da base de mercado mais consolidada, figura na terceira posição em ritmo de crescimento, evidenciando que ainda há espaço para expansão, sobretudo por meio da inovação e qualificação do atendimento nas farmácias.
México: 17% do mercado e forte crescimento no setor privado
Na segunda posição está o México, com R$ 16,2 bilhões em movimentação e 17% de participação.
O país também tem avançado com iniciativas de digitalização no panorama farmacêutico da América Latina, com destaque para as farmácias com serviços agregados, como telemedicina e testagem rápida.
Argentina: 15% e crescimento em meio aos desafios econômicos
Com R$ 14,3 bilhões e 15% de participação, a Argentina ocupa a terceira colocação.
Apesar das oscilações econômicas, o país mantém um setor farmacêutico robusto, com forte presença de produtos de consumer health, cosméticos e suplementos.
A força das redes tradicionais e a presença de farmácias de bairro mantém o canal farmacêutico relevante e com potencial para evoluir com digitalização de vendas e novos serviços.
Colômbia e América Central: mercados médios com grande potencial
Colômbia aparece em quarto lugar, com R$ 7,1 bilhões (8%).
Já a América Central, englobando vários países menores da região, movimenta R$ 5,8 bilhões (6%).
Ambos os mercados apresentam crescimento constante, sendo impulsionados por:
- Aumento da urbanização.
- Acesso facilitado à saúde pública e privada.
- Popularização dos medicamentos isentos de prescrição (MIPs).
Chile, Equador e Peru: pequenos mercados em ascensão
O Chile movimenta R$ 3,1 bilhões (3%), enquanto o Equador aparece com R$ 2,5 bilhões (3%) e o Peru com R$ 2 bilhões (2%).
Apesar da menor fatia de mercado, esses países vêm se destacando pela adoção de novas tecnologias nas farmácias, abertura para produtos de bem-estar e crescimento do e-commerce farmacêutico, ainda que em estágio inicial.
Venezuela, Paraguai, Bolívia e Uruguai: presença tímida, mas com nichos promissores
Os últimos colocados no ranking são:
- Venezuela: R$ 1,4 bilhão (1%)
- Paraguai: R$ 0,5 bilhão (1%)
- Bolívia: R$ 0,4 bilhão (1%)
- Uruguai: R$ 0,4 bilhão (1%)
São mercados pequenos, muitos deles com desafios econômicos e logísticos severos.
Genéricos e similares puxam crescimento na América Latina
Um dos motores do crescimento no panorama farmacêutico da América Latina é o aumento da demanda por medicamentos genéricos e similares.
De acordo com dados da IQVIA, essas categorias já representam 49% de todas as vendas no setor, sendo responsáveis por um crescimento de 19% ao ano, ligeiramente à frente dos produtos OTC (medicamentos isentos de prescrição).
Essa tendência pode ser explicada por diversos fatores:
- Maior acessibilidade financeira: com preços mais competitivos, os genéricos e similares ampliam o acesso ao tratamento médico para a população.
- Aumento da confiança dos consumidores: à medida que a qualidade e eficácia desses medicamentos se tornam mais conhecidas, a resistência à substituição por marcas diminui.
- Políticas públicas de incentivo: programas governamentais e regulamentações têm favorecido a prescrição e a dispensação desses medicamentos nas farmácias.
Ao lado dos produtos OTC, que também apresentam um crescimento expressivo, esses medicamentos compõem uma parcela fundamental do mix de vendas, com grande impacto sobre a lucratividade e competitividade das farmácias na América do Sul.
Brasil lidera o faturamento no varejo farmacêutico da América Latina
O Brasil não apenas se destaca em volume no panorama farmacêutico da América Latina, mas também consolida sua liderança absoluta em faturamento nas farmácias.
Segundo dados da Close-Up International, das vendas totais de US$ 68 bilhões (cerca de R$ 379 bilhões) movimentadas nos últimos 12 meses até julho de 2025, 51% vieram do mercado brasileiro.
Isso equivale a impressionantes US$ 34,7 bilhões (R$ 194 bilhões), com um crescimento anual de 13,3%, acima da média continental de 12,7%.
O México, segunda maior força do panorama farmacêutico da América Latina região, concentra 21% do volume de negócios, com crescimento de 12% no período, alcançando US$ 14,2 bilhões (R$ 79,2 bilhões).
Em terceiro lugar, a Argentina teve uma performance mais modesta no panorama farmacêutico da América Latina, com 10% do faturamento regional e um crescimento de apenas 5%.
Outros países merecem destaque pelo ritmo de crescimento: a Colômbia avançou 22%.
Países da América Central (Costa Rica, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá) somaram 17% de crescimento, mostrando que há oportunidades interessantes além dos grandes mercados tradicionais.
Confira a participação percentual de cada região no faturamento do panorama farmacêutico da América Latina com vendas em farmácias:
- Brasil: 51%
- México: 21%
- Argentina: 10%
- América Central: 5%
- Colômbia: 4%
- Equador: 3%
- Peru: 2%
- Demais países (Costa Rica, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá): 4%
Fonte: IQVIA
Com esse panorama farmacêutico da América Latina, fica claro que o Brasil é o principal polo do varejo farmacêutico latino-americano, mas que outros países vêm ganhando relevância com taxas de crescimento aceleradas.
Conclusão
Como deu para notar no panorama farmacêutico da América Latina, o Brasil tem se destacado por conta de sua demografia e expansão do acesso à saúde da população, sendo mais de 90 mil farmácias.
Contudo, ainda há espaço para muito crescimento, à medida que a população muda seu perfil (envelhecimento), novos hábitos de consumo e cada vez mais profissionalização da gestão farmacêutica.
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