O dia 5 de Maio é o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos no Brasil. Essa data tem o objetivo de lembrar a população dos riscos que uso sem orientação dos remédios causa à saúde.
Além disso a data também vem alertar as farmácias e drogarias sobre as diretrizes da dispensação de medicamentos e promoção da saúde pública, principalmente quando nos referimos sobre automedicação no Brasil.
Por meio de pesquisas entre brasileiros que usaram algum tipo de medicação nos últimos 180 dias, o CFF (Conselho Federal de Farmácia) constatou que:
A automedicação no Brasil já representa um hábito de 77% das pessoas
E os números vão mais além, 47% dos pesquisados afirmaram fazer automedicação pelo menos uma vez no mês e para 25% dos entrevistados, a automedicação acontece diariamente ou ao menos durante um dia na semana.
Perante esse quadro crescente de automedicação no Brasil, revelado por pesquisas, a farmácia tem um papel importante para combater essa prática nociva à saúde pública. Continue a leitura para saber quais as ações seu estabelecimento pode adotar para combater a automedicação no Brasil.
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O que você quer ler primeiro?
Quando acontece o uso NÃO racional dos medicamentos?
- Prescrição e uso desnecessários de muitos medicamentos para o mesmo paciente (polifarmácia);
- Dosagem em quantidades excedentes para o tratamento;
- (quantidades menores do que o necessário);
- Ausência de prescrição adequada conforme as diretrizes clínicas (literatura médica);
- Frequência de uso inadequado (paciente não tem constância ao tomar medicamento receitado)
- Automedicação.
O que é automedicação no Brasil?
A automedicação acontece quando a própria pessoa, que não possui nenhuma formação e não está devidamente habilitada para receitar medicamento, prescreve para si mesma uma medicação para combater sintomas e desconfortos.
Essa prática de ingerir indiscriminadamente medicamentos sem auxílio de profissionais pode causar reações adversas severas para o organismo, como intoxicação e dependência, e alguns casos mais graves, levar ao óbito da pessoa.
Por que as pessoas fazem automedicação no Brasil?
Os principais fatores que levam à automedicação estão atrelados ao acesso das pessoas aos centros médicos, clínicas e consultórios, farmácia e drogarias, que em muitas localidades da vastidão do território brasileiro se fazem ausentes.
E quando existe a possibilidade de acesso o custo para realizar uma consulta não fica dentro do orçamento da família brasileira, e mesmo ao recorrer ao SUS (Sistema Único de Saúde) existem filas de espera e locais com falta de condições mínimas para o atendimento, como insumos, medicamentos e profissionais qualificados.
- Falta de locais de saúde (hospitais, clínicas, consultórios, postos de saúde);
- Ausência de profissionais qualificados para prescrever medicamentos;
- Dificuldade de locomoção até os centros de saúde;
- Filas e sucateamento dos locais de saúde públicos;
- Preço dos medicamentos que não estão inclusos no Programa Farmácia Popular;
- Desconhecimento da população sobre os efeitos adversos da automedicação.
A soma de todos esses motivos leva a população (também por comodidade) confiar em outras fontes que são sejam de profissionais qualificados, então acabam sendo influenciados pela televisão, familiares e amigos.
E por muitas vezes os próprios indivíduos pesquisam na internet os sintomas e quais os medicamentos recomendados, resultando na automedicação no Brasil.
Principais influenciados da automedicação no Brasil
- Familiares e parentes;
- Balconista de farmácia;
- Amigos mais próximos;
- Vizinhos e conhecidos;
- Celebridades de televisão.
Sintomas que levam a automedicação no Brasil
- Dores de Cabeça (56%);
- Febre (32%);
- Resfriado (31%);
- Dores musculares (28%);
- Tosse (24%);
- Dores no estômago (20%);
- Dores na barriga/abdômen (18%);
- Alergia (13%);
- Cólicas (13%);
- Congestão Nasal (9%).
Fonte: ICTQ
Um dado curioso apresentado pelo SINITOX (Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas) revelou que no ano de 2017 houve cerca de 27% de atendimentos prestados para a população em decorrência de intoxicação por automedicação, quase o dobro de internações se comparado com picadas de animais peçonhentos.
Isso acaba mostrando que as pessoas muitas vezes não se dão conta do risco que estão correndo quando fazem a ingestão de remédios sem a devida orientação médica ou do profissional farmacêutico.
Lista de remédios mais automedicados pelos brasileiros
- Analgésicos (48%);
- Anti-Inflamatórios (31%);
- Relaxante Muscular (26%);
- Antitérmicos (19%);
- Descongestionante Nasal (15%);
- Expectorante (13%);
- Antiácido (10%);
- Antibiótico (10%).
Fonte: ICTQ
Qual o papel da farmácia no combate da automedicação no Brasil?
É sabido que significativa parcela da população brasileira não tem acesso aos serviços mínimos de saúde pública, e nesse aspecto as farmácias e drogarias são muitas vezes os únicos estabelecimentos de saúde que as pessoas mais carentes conseguem chegar.
Sob esse prisma o farmacêutico, muitas vezes, é o único profissional capacitado para exercer um papel decisivo na promoção da saúde pública por meio do uso racional dos medicamentos. Em conjunto com a farmácia, esse profissional deve sempre:
- prescrever de forma adequada os medicamentos;
- disponibilizar os medicamentos à preços justos e acessíveis;
- realizar a dispensação dos medicamentos adequadamente;
- orientar sobre doses adequadas, posologias, período de tratamento, etc.
O que é considerado uso racional de medicamento?
Ao contrário da automedicação, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), para haver o uso racional dos medicamentos é preciso que o prescritor, paciente e estabelecimento farmacêutico cumpram 5 diretrizes básicas:
- Paciente deve receber os medicamentos adequados para tratar sua doença;
- As doses devem ser alinhadas e adequadas para as necessidades individuais do paciente;
- O período de tratamento com medicação deve ser adequado;
- O paciente deve ter sempre o menor custo no tratamento da doença;
- A promoção da saúde deve ser estendida para todos da comunidade.
Assim que todas essas diretrizes são cumpridas, podemos afirmar que existe o uso racional de medicamentos. Contudo esse horizonte ainda está muito longe de ser alcançado no Brasil, o que enfatiza a necessidade das farmácias e drogarias apoiarem a população promovendo a saúde pública.
Conclusão
É notório o aumento da automedicação no Brasil, causada por falta de acesso à saúde, desinformação e ausência de incentivos políticos e empresariais para o uso correto dos remédios. Em meio a tudo isso fica claro o posicionamento que a farmácia ou drogaria precisa ter: promover o uso racional dos medicamentos.
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