Você conhece a história da farmácia no Brasil? Hoje é muito fácil encontrar em qualquer estabelecimento farmacêutico muita variedade de produtos para saúde, higiene pessoal e beleza.
Além de ter disponível o profissional farmacêutico 24 horas para eventuais dúvidas; sem contar as comodidades como ar condicionado, estacionamento, entrega a domicílio, pequenos serviços para a saúde, além de promoções e ofertas.
Mas nem sempre foi assim! Continue a leitura e veja alguns pontos curiosos da história da farmácia que você muito provavelmente nem sabia!
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O que você quer ler primeiro?
A história da Farmácia no Brasil
O local onde as pessoas se deslocavam para abastecer de medicamentos e demais tipos de drogas nos tempos coloniais do Brasil, era chamada de Botica. Esses estabelecimentos eram responsáveis por preparações e distribuição de medicamentos às pessoas doentes.
Quando surgiu a farmácia no Brasil?
Na história colonial do Brasil conduzido pelos portugueses, a farmácia (chamada até então de botica) foi trazida para as terras tupiniquins logo após meados do ano de 1520, quando enfim a coroa Portuguesa envia para as brasileiras medicamentos e produtos com fins terapêuticos, sendo então distribuídos nas boticas.
O que é Botica?
Na história da farmácia, a Botica além de ser o local onde era feita a preparação e distribuição de drogas, também era conhecida como uma pequena caixa de madeira, podendo ser de diversos tamanhos e formatos, mas de fácil transporte.
Dentro dessas Boticas, os curandeiros e boticários podiam perambular em cima de burros de carga e assim percorrer as longas distâncias das fazendas, levando o medicamento para tratar o enfermo das pessoas.
Mas engana-se quem pensa que as Boticas eram disponíveis para todos da sociedade! No começo da história da farmácia, as Boticas ficam restritas aos colégios internos, administrados pelos Jesuítas, atendendo somente aos membros das companhias e estudantes dos colégios católicos. Aos poucos é que foram sendo colocadas à disposição das pessoas de modo geral.
Alguma fez já ouviu falar do jesuíta José de Anchieta? Ele teve grande destaque como Boticário nas Boticas dos colégios jesuítas da cidade de Piratininga.
O que é um Boticário?
O Boticário é a pessoa que exercia o papel do farmacêutico durante os primeiros anos da história da farmácia no Brasil, perdurando até meados dos anos 1830. Em outras palavras, o Boticário era quem diagnosticava a doença no paciente, produzia e manipulava medicamentos e também fazia a prescrição.
Naquela época não existia uma clara separação das atribuições do médio e do farmacêutico, como existe hoje por meio de normas e legislações vigentes.
Quem foi o primeiro Boticário do Brasil?
Na história da farmácia, o primeiro Boticário do Brasil foi Diogo de Castro, sendo formado na Universidade de Coimbra em Portugal. Ele foi conduzido até o Brasil por Thomé de Souza, atual governado essa época no país.
Em resumo: Farmácia era chamada de Botica e Farmacêutico era chamado de Boticário!
Quando surgiu o primeiro curso de farmácia no Brasil?
Em Minas Gerais, na cidade de Ouro Preto, foi fundada em 4 de abril de 1839 a escola de farmácia, sendo pioneira na história da farmácia no Brasil no ensino da profissão de farmacêutico.
Anos posteriores começam a surgir mais faculdades de farmácia, como por exemplo na escola de Porto Alegre no ano de 1896, e também em seguida, na capital de São Paulo, é oferecido o curso de farmácia em 11 de fevereiro de 1898.
Quando surgiu a primeira regulamentação da história da farmácia no Brasil?
Com a crescente procura por medicamentos, a venda desses produtos começou a tornar-se um problema de ordem sanitária, pois como a mesma pessoa podia diagnosticar, prescrever e produzir o medicamento, houve um interesse exclusivamente na obtenção de lucro.
O resultado era que qualquer pessoa, inclusive analfabeta, estava com certa facilidade vendendo medicamentos sem qualquer tipo de instrução mínima sobre o assunto.
Então em 16 de maio 1774 foi decretado o “Regimento 1774”, que basicamente proibia a venda e distribuição de remédios em qualquer estabelecimento, a menos que houvesse um registro para tal atividade. Essa foi uma das primeiras regulamentações da história da farmácia no Brasil.
A medida ainda exigiu uma série de requisitos para os estabelecimentos poderem comercializar drogas, como por exemplo a presença de balanças, produtos químicos, pesos e medidas, vasilhames e livros triviais estivessem presentes nos locais.
História da Farmácia: resumo completo!
A história da farmácia teve origem datada a partir do século X! Para você ter uma ideia, não havia sequer a distinção entre médico e farmacêutico. Vejam só! A mesma pessoa diagnosticava a doença, produzia o remédio e vendia.
Bem no começo da história da farmácia, esses locais eram chamados de Boticas. Isso fazia com que os interesses comerciais (na maioria dos casos) sempre prevaleciam diante dos interesses de cura do paciente. Obviamente era mais rentável manter um cliente doente do que curá-lo.
Isso gerou um grave problema, a prescrição e diagnóstico da doença ficava refém do proprietário da farmácia, que se quisesse poderia agir de má fé e prolongar o tratamento do paciente somente para garantir as vendas.
Nem sempre as farmácias e drogarias foram como conhecemos hoje!
Após alguns anos (meados do século XVIII) ficou proibido a mesma pessoa diagnosticar a doença, produzir e vender o remédio. Assim tivemos uma reviravolta na história da farmácia!
Alguns anos depois, os processos de:
- produção;
- venda; e
- diagnóstico
Foram regulamentados, então surgiram os órgãos sanitários, conselhos federais e regionais; responsáveis pela regulamentação, fiscalização e controle das atividades dentro da farmácia.
História da farmácia: a tecnologia chega para revolucionar!
Mais tarde, o avanço da tecnologia fez com que os métodos de fabricação manuais não fossem mais viáveis. Houve enorme industrialização nos laboratórios. Já não era mais rentável para as farmácias produzirem medicamentos.
Agora, esses estabelecimentos passam a seguir rígidas normas regulatórias, atuam diretamente com a população fornecendo medicamentos e orientações especializados, e ainda manipulam pequenas formulações prescrita por profissionais habilitados.
A história da farmácia sempre passou por inúmeras mudanças, e continua se modificando até hoje. E não precisa de muito esforço para perceber isso. Veja a quantidade de produtos que já podem ser encontrados nas prateleiras, que nem se quer são relacionados com saúde. Até alimentos são permitidos!
3 mitos e verdades sobre a história da farmácia
Durante a história da farmácia houve muitas dúvidas sobre alguns aspectos, dentre as principais separamos 3 mitos de verdades que ainda costumam aparecer nas farmácias e drogarias de hoje em dia.
Por exemplo:
- Farmácia é o mesmo que Drogaria?
- Remédio e Medicamento são a mesma coisa?
- O Responsável Legal da farmácia também pode ser o Responsável Técnico?
Ficou curioso para saber a resposta desses 3 mitos? Então confere o vídeo que explicamos tudo!
Resumo da história da farmácia no Brasil
O Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP) lançou uma cartilha sobre a Indústria Farmacêutica. Na segunda edição da cartilha, são elencados os pontos principais sobre a história da farmácia no Brasil.
Confira na íntegra os principais pontos da história da farmácia no Brasil, segundo a cartilha CRF-SP:
1550 – Os jesuítas desembarcam na nova colônia portuguesa com missão evangélica e sanitária. Foram eles que atuaram como boticários, preparando remédios e tratando os doentes, aproveitando muitos dos preparados indígenas.
1640 – A Coroa portuguesa permite o funcionamento de boticas na colônia, melhorando o comércio local de remédios.
1700 – Surge o primeiro medicamento brasileiro, a “Tríaga Brasílica”, produzida pela Botica do Colégio dos Jesuítas da Bahia. Era usada como antídoto de picada de animais peçonhentos e contra doenças febris.
1794 – Dona Maria I torna obrigatório que toda botica tenha um exemplar da Pharmacopeia Geral. As especialidades encontradas nas boticas eram, em grande parte, importadas da França, Inglaterra e dos Estados Unidos (EUA), por exemplo, o “Purgativo Le Roy”, a “Água Francesa”, a “Água da Rainha da Inglaterra”, o “Peitoral de Cerejas de Ayer”, a “Maravilha Curativa de Humphrey”, as “Pastilhas de Vichy” e a “Emulsão de Scott”.
1832 – São criados os primeiros cursos de farmácia no país, integrados às Escolas de Medicina do Rio de Janeiro e da Bahia.
1839 – É criada a Escola de Farmácia de Ouro Preto pelo governo provincial de Minas Gerais, pioneira na formação de farmacêuticos no país.
1858 – Havia apenas quatro boticas e doze médicos na cidade de São Paulo. Foi neste ano que o farmacêutico alemão Gustav Schaumann inaugurou, à Rua São Bento, a botica “Ao Veado D’Ouro”. 1860 – Lançada pelo farmacêutico gaúcho João Daudt Filho, a pomada Boro-borácica é considerada o primeiro produto nacional industrializado.
1870 – Surgem na capital paulista várias “farmácias”, como passam a ser chamadas. No Brasil, assim como nos demais países ocidentais, foram berços da indústria farmacêutica que, a partir do fim do século XIX, passaram a produzir remédios em larga escala. No Rio de Janeiro nasce a Casa Granado, um dos laboratórios pioneiros do país, criador de diversas especialidades farmacêuticas, como a “Água Inglesa Granado”, a “Magnésia Fluida Granado”, o “Vinho de Quino”, o “Xarope Antiasmático Imabaibina”, o “Xarope de Urucu composto”.
1889 – Com a Proclamação da República, a produção farmacêutica brasileira teve seu apogeu na primeira fase industrial, que se prolongou até 1914, quando da fundação dos primeiros laboratórios industriais. Eles produziam medicamentos de origem vegetal, mineral e animal (opoterapia, soros e vacinas). Havia nesta época 35 laboratórios no país.
1901 – A “Lei Epitácio Pessoa” determina que somente farmacêuticos formados tenham a permissão de exercer a profissão. Os “boticários aprovados” e “práticos” começam a desaparecer. 1906 – Instalado em São Paulo, sob a forma de fundação, o Instituto Pasteur tinha a finalidade de preparar vacinas contra a raiva.
1907 – O censo realizado pelo Centro Industrial do Brasil revelou a existência de sessenta laboratórios farmacêuticos em funcionamento no país.
1915 – A segunda fase da indústria farmacêutica foi impulsionada pela Primeira Grande Guerra, que privou o Brasil de grande soma de medicamentos e deu início a uma fase de desenvolvimento geral dos laboratórios nacionais, com o aperfeiçoamento dos métodos científicos de produção. Além disso, foi o período do despertar dos laboratórios estrangeiros para o potencial representado pelo mercado brasileiro. Iniciou-se no Brasil a produção em pequena escala de produtos de origem francesa, italiana, suíça, alemã, inglesa e norte- -americana, mas ainda eram importados quase todos os produtos químicos básicos. É fundado em São Paulo o Instituto Medicamenta – Fontoura & Serpe, em sociedade entre os farmacêuticos Cândido Fontoura e Francisco Serpe.
1917 – Editada a Pharmacopeia Paulista, pioneira no país, é oficializada pelo governo e passa a vigorar imediatamente em todo o estado de São Paulo.
1920 – O Recenseamento Geral da República revela 186 indústrias farmacêuticas instaladas no país, o triplo do que existia na década passada. 1926 – Publica-se a primeira Pharmacopeia dos Estados Unidos do Brasil, organizada pelo farmacêutico Rodolpho Albino Dias da Silva, de uso obrigatório a partir de 1929.
1940 – A terceira fase da indústria farmacêutica é deflagrada pelas dificuldades de importar matérias-primas, máquinas e utensílios. Assim, os laboratórios nacionais veem-se obrigados a suprir a demanda interna, com crescimento considerável, chegando até a suprir as demandas dos países europeus.
1959 – Publica-se o decreto nº 45.502, oficializando a Farmacopeia Brasileira II, que passou a vigorar em todo o território nacional. 1967 – Publica-se a Portaria nº 9 do Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia (SNFMF), que “disciplina a nomenclatura das formas farmacêuticas evitando o uso em cartuchos, rótulos e bulas de termos inadequados”.
1969 – Legislação nacional não reconhece as patentes e passa a admitir a produção de produtos similares. A lei estimula a produção de matéria-prima farmacêutica por cópia de processos conhecidos a custos bem menores que os necessários ao desenvolvimento de novos medicamentos.
1970 – A Lei nº 5.468 cria o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Sua principal função é executar as normas que regulam a propriedade industrial.
1971 – É criada a Central de Medicamentos (CEME), órgão do governo federal responsável pela compra e distribuição de medicamentos para a população.
1976 – A Lei nº 6.360 cria a exigência de apresentação de receita médica na venda de medicamentos, com o objetivo de controlar o consumo de fármacos que geram dependência química.
1977 – O Decreto nº 79.094 estabeleceu a obrigatoriedade da impressão de tarjas nas embalagens dos medicamentos para duas categorias: tarja vermelha para medicamentos que só podem ser dispensados mediante prescrição médica e tarja preta para medicamentos psicotrópicos que causam dependência química.
1997 – A Lei nº 9.279, que institui o novo Código de Propriedade Industrial, estabelece novas regras para registros de patentes sobre medicamentos, alimentos, produtos químicos e bacteriológicos. O período de vigência das patentes para invenções é de vinte anos e para registro de marcas é de dez anos.
Conclusão
A história da farmácia continua sendo escrita, e você como profissional de saúde, colaborador ou mesmo clientes, são os responsáveis por preceder todas essas mudanças! Agora nos resta aguardar a próxima página dessa história…
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